Akhenaton, um revolucionário na Arte Egípcia

 Akhenaton ou Aquenáton, foi uma das figuras da história egípcia que inovou. Foi um faraó da décima oitava dinastia que reinou de 1365 a 1347 a.C.que quebrou tradições e chocou a sociedade da época com seus novos ideais e não foi bem aceito. Chamava-se Amenófis ou Amenhotep  IV, e mudou seu nome para Akhenaton, transferiu a capital do Egito para o centro próximo a atual Tell el-Armana, e instituiu o monoteísmo em um Egito politeísta, e revolucionou a arte com figuras mais orgânicas e naturalistas, chegando até a parecerem cartunescas.

A Rainha Nefertiti (c. 1630 a.C)
Calcário. Alt. 0,51 m

 A civilização egípcia foi uma das mais rígidas e conservadoras da História, os hieróglifos eram representações que seguiam o mesmo padrão de representação, figuras simplificadas, representações com vários pontos de vista no mesmo plano, por exemplo, a figura humana era representada com o rosto de perfil, o olho e o tronco de frente, e os membros superiores e inferiores de lado, com linhas rígidas, isso acontecia devido a uma crença, que todas as partes do corpo deveriam ser representadas para não faltar nada na outra vida. Os hieróglifos seguiram o mesmo padrão de representação desde o início da civilização egípcia, ou seja, quase mil e seiscentos anos de tradição, quando o faraó Akhenaton mudou os padrões de representação, o período em que Akhenaton mudou esses padrões foi chamado de Período Armaniano, as figuras eram mais próximas do naturalismo, como o retrato da sua esposa, A Rainha Nefertiti, e algumas vezes até chegando a parecer cartunesco, como a imagem no início da postagem, que é o retrato de Akhenaton (c. 1630 a.C), talhado em pedra Calcário, tem 8 cm de altura, que se encontra no Museu do Estado em Berlim. Quebrando a rigidez e a imobilidade tradicional.

 Após a morte de Akhenaton a tradição religiosa logo foi restaurada, o que evidencia que a crença monoteísta do faraó não foi aceita, porém as mudanças na arte ecoaram e influenciaram futuras gerações, como as pinturas encontradas no túmulo do seu sucessor, o faraó Tutankhamon, que seguem a tradição porém com um toque delicado de naturalismo.

Tutankhamon na Caça, pintura na arca do túmulo do faraó, Tebas
c. 1340 a.C. comp. 0,51 m - Museu Egípcio, Cairo